SÃO PAULO – Os fundos imobiliários registraram alta nesta quinta-feira (27), após decisão do Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) de subir os juros em 0,25% para 10,75% ao ano. O Ifix (índice que mede o desempenho dos fundos imobiliários negociados na Bolsa) registrou elevação de 0,98% aos 1.316 pontos. Na semana, o índice acumula alta de 3,22%.
A elevação da Selic de forma mais branda do que nas reuniões anteriores (quando a taxa subiu 0,5 ponto percentual) sinalizou ao mercado que o ciclo de aperto monetário pode estar chegando ao fim, o que beneficia o desempenho dos fundos imobiliários negociados na BM&FBovespa. Isto porque, com a Selic elevada, o yield (rendimento) dos fundos imobiliários precisa ser maior para compensar o risco do investimento, e a forma do yield se ajustar é com a queda do preço das cotas. Quando a Selic para de subir, é natural que as cotas voltem a se valorizar.
“Acredito que há uma percepção de que o ciclo de alta dos juros esteja próximo do fim”, afirma o especialista em fundos imobiliários Arthur Vieira de Moraes. Segundo ele, essa perspectiva, aliada ao crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) acima das expectativas, são os principais fatores que impulsionam o desempenho dos fundos imobiliários nesta quinta-feira. “Vale lembrar que a aceleração do PIB pode contribuir para a diminuição da vacância de imóveis comerciais e a consequente manutenção dos valores de locação”, ressalta.
Mais cedo, o Banco Central anunciou que o PIB brasileiro cresceu 2,3% em 2013, acima das expectativas dos analistas de mercado, que aguardavam crescimento inferior a 2% no ano passado.
Renda fixa
Com a perspectiva de fim do aumento da Selic, o prêmio dos títulos prefixados negociados por meio do programa Tesouro Direto também diminuiu. Isso porque estes títulos pagam ao investidor a expectativa de juros futuros (cada título tem uma data de vencimento), e quando ela diminui, é natural que o prêmio também recue.
Nos últimos dias, os contratos futuros de DI (Depósito Interbancário) registraram queda, justamente por conta da expectativa de um aperto monetário mais brando, ou próximo do fim.
Entre os títulos prefixados, a LTN com vencimento em janeiro de 2017 pagava 12,17% ao ano, enquanto aquela com vencimento em janeiro de 2018 oferecia rentabilidade de 12,38% a.a. O mesmo título com vencimento em 2025 pagava 12,74% aos investidores nesta quinta-feira. Há poucas semanas, a rentabilidade das LTN mais longas ultrapassava os 13% ao ano.
Já as NTN-B longas pagavam, a pouco mais de 10 dias, mais de 7% mais a inflação do período. Nesta quinta-feira, o prêmio destes títulos também diminuiu. A NTN-B principal com vencimento em 2035 paga hoje 6,75% mais o IPCA.